BEHAVIORISMO



Pode-se dizer que o primeiro behaviorista explícito foi John B. Watson (considerado o pai do behaviorismo), que em 1913 lançou um manifesto conhecido como “A Psicologia vista por um behaviorista”. 
Ele não estava propondo uma nova ciência, mas sim defendendo a idéia de que a Psicologia deveria ser redefinida como uma ciência que estuda o comportamento. Grande parte dos psicólogos da época acreditava que seus estudos baseados em processos mentais que ocorriam em um mundo mental consciente estavam plenamente adequados ao estudo da Psicologia. Obviamente não estavam dispostos a concordar com as idéias de Watson. "Sendo o behaviorismo um conjunto de idéias sobre essa ciência chamada de análise do comportamento, e não a ciência ela própria, o behaviorismo não é propriamente uma ciência, mas uma filosofia da ciência. Como filosofia do comportamento, entretanto, aborda tópicos que muito prezamos e que devemos e não devemos fazer. Oferece uma visão alternativa que muitas vezes vai contra o pensamento tradicional sobre o agir, já que as visões tradicionais não têm pautado pela ciência." (BAUM, 1999. p.21). Há estudos que datam da Idade Média que tratam de maneiras de se explicar o comportamento dos indivíduos. Segundo Maria Amélia Matos o homem é concebido de duas naturezas, uma divina e uma material, ou uma mental e uma física. Em sua natureza mental, conhecida também como
mentalismo, as idéias ou imagens se fariam somente através da introspecção, através de um auto-exame da consciência, seriam reveladas através de uma ação, gesto ou palavra. O behaviorismo surgiu em oposição ao mentalismo. Watson o criador do behaviorismo, acreditava que poderíamos fazer daquilo que podemos observar um ramo de estudo da Psicologia, assim se explica a expressão “oposição ao mentalismo”, realizar experimentos e tirar conclusões através
da observação do comportamento. Por isso a observação é um ponto fundamental para o behaviorismo, através dela se pode estudar o comportamento, seu objeto de estudo. As causas do comportamento não vêm da mente e sim de algo externo ao organismo, como o ambiente, um estímulo. Se uma pessoa chega em um ambiente em que ele se identifique, que se sinta bem, com as pessoas, a cor do ambiente, a luz e até o assunto que é tratado lá, é claro que ele se sentirá à vontade. Neste caso fica claro que o ambiente influenciou no seu bem-estar. O comportamento é produto da incitação, sugestão do estimulo. Entre os fatos de que dispunha relativos ao comportamento, estavam os reflexos e os reflexos condicionados, reflexos são respostas ou reações involuntárias e inconscientes que nosso organismo prontamente apresenta a certas estimulações ou excitações, que foram exploradas por Watson ao máximo. O reflexo sugeria um tipo de causalidade mecânica que não era incompatível com a concepção que, o século XIX tinha de uma máquina. A mesma conclusão fora dada pelo trabalho do filósofo russo Ivan Petrovich Pavlov, que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina, pelo seu trabalho sobre a atividade digestiva dos cães. Pavlov descobriu que os cães não salivavam apenas ao ver comida, mas também quando associavam algum som ou gesto à "chegada de comida", na ocasião em que recebia o alimento, a secreção salivar era abundante. Nisto consiste o reflexo salivar que é natural no cão, esses reflexos acontecem também com nós seres humanos: quando colocamos alimento na boca nossas glândulas salivares produzem saliva, esse é o reflexo salivar; quando uma partícula de poeira atinge nossos olhos, as glândulas lacrimais expelem lágrimas, esse é o reflexo lacrimal. A este fenômeno de associação ele denominou de condicionamento clássico. A partir das descobertas de Pavlov, houve um fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio. Watson naturalmente destacou os resultados mais passíveis de reprodução que pôde descobrir, e muitos deles foram obtidos com animais os ratos brancos da Psicologia animal e os cães de Pavlov. Parecia estar implícito que o comportamento humano não tinha características distintivas. E, para apoiar a sua afirmação de que a Psicologia era uma ciência, e para preencher o seu livro, ele fez empréstimos da anatomia e da fisiologia. Pavlov adotou a mesma linha ao insistir em que seus experimentos sobre o comportamento eram, na realidade, "uma investigação da atividade fisiológica do córtex cerebral", embora nenhum dos dois pudesse apontar qualquer observação direta do sistema nervoso que esclarecesse o comportamento. Eles foram também forçados a fazer interpretações apressadas do comportamento complexo, o behaviorismo de Pavlov e Watson era o metodológico. O behaviorismo metodológico tem as suas raízes nos trabalhos pioneiros de Watson e Pavlov. O behaviorismo radical foi desenvolvido não como um campo de pesquisa experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre o comportamento humano que utiliza como referência outros filósofos da ciência do século XX, contextualizado por todas das crises de paradigmas vivenciadas pelo pensamento científico até hoje, seu principal autor foi o psicólogo americano Burrhus Skinner (1904), que desenvolveu os princípios do condicionamento operante e a sistematização do modelo de seleção por consequências para explicar o comportamento. Skinner inventou um aparelho que hoje é muito conhecido e utilizado nos laboratórios de Psicologia, a chamada caixa de Skinner. É uma caixa retangular, em uma das paredes dessas caixa à um pequeno buraco para fornecimento de água, uma pequena bandeja e uma barra horizontal. Ligado á caixa, do lado de fora, há um depósito de bolinhas de alimento, esse depósito deixa cair na bandeja uma bolinha toda vez em que a barra é pressionada. O experimentador deixa um rato 24 horas sem comer e o prende dentro da caixa com a bandeja de alimento vazia, em busca de comida ele começa a fazer movimentos exploratórios dentro da caixa, com esse comportamento ele se eleva para cheirar parede da caixa e pressiona a barra com uma de suas patas, com isso faz com que caia uma bolinha dentro da bandeja, após apanhar e comer o alimento ele volta pressionar a barra. Então Skinner concluiu que os ratos em busca de alimentos apresentavam um ato que não tinha nada haver com alimentação (pressionar a barra). No experimento de Skinner a reação foi repetitiva por ter sido seguida de um efeito agradável (o surgimento do alimento), esse efeito agradável que ocorre após o sujeito apresentar uma reação é chamado de reforço, nesse caso o alimento estimulou o reforço. Skinner chamou isso de condicionamento operante. O condicionamento operante explica que quando após um comportamento ou atitude é seguida a apresentação de um reforço, aquela resposta (ação) tem maior probabilidade de se repetir com a mesma função. Para Skinner, o behaviorismo radical seria um caso especial da filosofia da ciência: "não é a ciência do comportamento humano, é a filosofia dessa ciência". O behaviorismo radical busca compreender questões humanas como "comportamento", "liberdade" e "cultura" dentro do modelo de seleção por consequências e rejeitando o uso de variavéis não-físicas (sem dimensão no tempo-espaço). Um filósofo behaviorista radical defende que as diferentes explicações sobre o comportamento humano deveriam ser resolvidas na base de evidências refutáveis e não de abstratas especulações. O behaviorismo radical foi concebido em experimentos realizados sob o rigor da produção de conhecimento científico (cuja característica principal é o uso de um método passível de reaplicação), ou seja, foi desenvolvido dentro de um laboratório, sob condições controladas. O Behaviorismo radical, entendido como pensamento filosófico, não deve ser confundido com a análise do comportamento por alguns motivos: enquanto o behaviorismo radical teve sua origem cientifica em ambiente controlado (laboratório)a análise do comportamento é a aplicação prática das técnicas desenvolvidas a partir do behaviorismo radical e, obviamente, em se tratando de ciência do comportamento, sua aplicação prática não se dá em ambiente sob condições controladas, e sim, no ambiente comum a todos os homens e mulheres: o planeta que habitamos.

TIPOS DE BEHAVIORISMO:
Metodológico: Consiste na teoria explicativa do comportamento publicamente observável da Psicologia, a qual postula que esta deve ocupar-se do comportamento animal (humano e não humano) apenas quando for possível uma observação pública para obter uma mensuração, ao invés de ocupar-se dos estados mentais que possam gerar ou influenciar tais comportamentos. Assim o behaviorismo metodológico acredita na existência da mente, mas a ignora em suas explicações sobre o comportamento. Para o behaviorismo metodológico os estados mentais não se classificam como objetos de estudo empírico. Seus postulados foram formulados predominantemente pelo psicólogo americano John Watson. O behaviorista metodológico não nega a existência da mente, mas nega-lhe status científico ao afirmar que não podemos estudá-la pela sua inacessibilidade. O behaviorista radical nega a existência da mente e assemelhados, mas aceita estudar eventos internos. Esta posição de Skinner se insere dentro da tradição do Positivismo Lógico, mas ao mesmo tempo se constitui num desvio desta forma de positivismo, talvez por ter sido mais influenciado por Mach que por Bridgman, e mais por Wittgenstein que por Carnap. Em oposição ao Behaviorismo metodológico foi proposto o Behaviorismo radical, desenvolvido por Burrhus F. Skinner

Radical: O Behaviorismo Radical consiste numa filosofia da Psicologia, a qual se propõe a explicar o comportamento animal (humano e não humano) com base no modelo de seleção por consequências e nos princípios do comportamento postulados pela Análise Experimental do Comportamento (AEC). O nome que mais fortemente está associado a esta linha do behaviorismo é o de Burrhus Frederic Skinner. Pó isso o behaviorismo radical também é conhecido como skinneriano. O behaviorismo radical constitui-se numa interpretação filosófica de dados obtidos através da investigação sistemática do comportamento.

Filosófico: O behaviorismo filosófico consiste na teoria analítica que trata do sentido e da semântica das estruturas de pensamento e dos conceitos. Defende que a idéia de estado mental, ou disposição mental, é na verdade a idéia de disposição comportamental ou tendências comportamentais. Nesta concepção, são analisados os estados mentais intencionais e representativos. Esta linha de pensamento fundamenta-se basicamente nos postulados de Ryle e Wittgenstein.

OS GRANDES BEHAVIORISTAS:

John Broadus Watson - psicólogo americano fundador da corrente behaviorista dentro da Psicologia, nasceu em 1878. Foi considerado o pai do behaviorismo metodológico ao publicar em 1913 o artigo “A psicologia vista por um behaviorista”, que deu início a profundos estudos de com explicar o comportamento dos indivíduos.

Ivan Petrovich Pavlov – Fisiologista Russo (14 de Setembro de 1849 - 27 de Fevereiro de 1936), ganhou o prêmio Nobel de medicina pelo seu trabalho sobre a atividade digestiva dos cães . Pavlov descobriu o que ele chamou de condicionamento clássico, ele observou que os cães não salivavam apenas ao ver a comida mas também quando associavam algum som ou gesto à chegada da comida (como por exemplo o som dos passos de seu assistente ou a apresentação da tigela de alimento). A idéia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, inatas em vez de aprendidas. 

Burrhus Frederic Skinner - nasceu em 20 de março de 1904 na cidade de Susquehanna na Pensilvânia. Graduou-se em Psicologia em 1930 e terminou seu doutorado em 1931. O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante. O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação.


CONCLUSÃO

Num sentido muito real, todos os psicólogos contemporâneos – pelo menos aqueles que conduzem pesquisas empíricas são behavioristas. O behaviorismo nos traz a idéia clara sobre o que e o que causa o comportamento. Através dele podemos afirmar que o comportamento pode ser controlado, se um ambiente de trabalho for agradável lógico que o individuo se sentirá bem, mais se não for pode-se melhorar o ambiente. O behaviorismo é acusado de enxergar a prática administrativa a partir dos objetivos dos dirigentes da empresa, mais o objetivo do administrador é sempre manter um bom relacionamento com seus funcionários, ele terá que tornar seu ambiente de trabalho agradável para que ambos se sintam à vontade para exercer suas funções com prazer.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BARROS, Célia S. G. Pontos de Psicologia Geral. 15. ed. São Paulo:Ática, 2001. 175 p.

BAUM, William M. Compreender o Behaviorismo. Porto Alegre:Artmed, 1999. 290 p.

MATOS, Maria A. de. Behaviorismo Metodológico E Behaviorismo Radical. Campinas: Palestra apresentada no II Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental. 1993. Disponível em: , acesso em: 15 de Março de 2007.

http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/behaviorismo/506/

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