Um ser chamado mulher
Ser mulher é muito difícil, mas não é impossível. Se fosse, não existiriam tantas mulheres maravilhosas transitando e mudando o mundo para melhor. Claro que existem aquelas incompetentes, interesseiras, ignorantes, insignificantes e tantos outros defeitos comecem ou não com a letra “i”, mas essas “i” qualquer coisa, a gente ignora com todos os “iii”.
Vamos falar de mulheres que sabem ser mulher, e isso inclui ser bela e faceira, por uma vida inteira, vivendo cada fase, adaptando-se ao tempo que, fatalmente, a deixará com rugas, que ela verá como sinais de experiência, com os seios meio caídos que, para ela será a recompensa por tantas vezes ter dado o peito em alimento a um filho ou como abrigo a um amigo que chorava, então, se com o tempo, seus seios ficarem meio flácidos, não será um motivo de tristeza, mas sim de alegria, por tanto amparo que causaram. O tempo também e, certamente, a deixará com a barriguinha saliente, que ela verá que, acima de uma barriga, ela é um ventre que gera vida, que recebe o sêmen, que já é a semente mas, se caísse em qualquer outro lugar, morreria sem nada gerar e, se gera, é por que um ventre o recebe, une a um óvulo e ainda serve de moradia a esse ser que começa a crescer...
Mas ser mulher é muito mais do que isso – é saber cozinhar, mesmo queimando o dedo, é saber guardar segredo e enfrentar tudo sem medo. Ser nobre de alma, saber perdoar sempre, sem medo de ser chamada de boba, na verdade bobo é quem acha que uma mulher tem que ser dura com os errantes, pisotear os amantes e posar de “top”. Tem que ser guerreira sim, mas no dia-a-dia, criar poesia, lutar por um mundo mais justo, aprender a levar susto sem surtar. Assumir que não é bonita 24 horas por dia, tem fases em que incha, outras em que pechincha, tem a cara de noite mal dormida, a cara de mal agradecida, cara de oferecida e, além de muitas outras, ainda tem a cara de noite bem vivida...
Ser mulher é vestir-se de forma ousada ou recatada, depende de onde é esperada. É ser forte e resistente, driblar qualquer dor, do parto, da rejeição no quarto, de ser trocada pela “melhor amiga”, de menstruar todos os meses, mas ainda quando esse sangue desce cedo demais, ali pelos oito anos de idade em que a vontade é correr alegremente, mas a dor no ventre é tanta que desiste-se da brincadeira sem saber direito por que, entre tantas meninas no mundo, tinha logo que ser com ela. Mesmo assim, não tem choradeira, por que sabe que a dor é passageira, logo cessará e a brincadeira irá reiniciar-se, até que no próximo mês em que irá menstruar e...
Ser mulher é ser mãe, pode ser de filhos legítimos ou adotivos, ou até daqueles que vão se chegando, com cara de carente, vão ficando e, quando se percebe, na nossa casa já estão morando. Mas também é ser mãe de gatos, cachorros e tantos outros animais sejam adquiridos em caros pet shops sejam recolhidos das “pet ruas” que é onde mais se acham esses seres que tantas alegrias nos dão.
Ser mulher é ser feia e bonita, é ver-se pelo avesso, olhar-se no espelho da alma, saber perder a calma e encontrá-la em seguida, é pedir desculpas, é saber errar e se perdoar... É saber que a Ciência já comprovou que a mulher foi o primeiro ser, neste planeta, a ter vida biológica, o que, aliás, tem lógica, já que a mulher gera o ser em seu ventre. Contrariando os princípios de tantas crenças e religiões que pregam a superioridade masculina e seu surgimento antes da mulher, mas neste ponto resta uma dúvida, se a mulher foi o primeiro ser, quem a fecundou?...
Mas, antes de sugerirmos mais um dilema, já há tantos no Universo, termino essa prosa em verso, dizendo que ser mulher é tudo isso e muito mais. Ser mulher é partir desse meu texto e se completar. Ser mulher é, acima de tudo, saber ser um grande ser...
Fonte: www.destaquesp.com
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