COMO SUPERAR O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO
Saber se comunicar passou a ser um dos requisitos básicos para quem deseja uma promoção, se destacar em uma entrevista, vender um produto ou apenas manter o emprego atual. Falar com desenvoltura em público e fazer boas apresentações é uma técnica que se aprende. E mesmo os mais tímidos podem se sobressair e impressionar chefes, clientes e colegas.
De olho nesse nicho, há várias empresas e especialistas que ensinam estratégias e dão dicas de como fazer uma boa apresentação. "Falar em público é fundamental para qualquer profissional, independentemente da área de atuação. Ao usar a palavra e argumentar de forma correta, o profissional passa uma imagem positiva que fortalece sua carreira", afirma Roberta Andrade, da ACT Comunicação.
Além de falar com segurança, outras habilidades são importantes: como saber usar a expressão corporal, cuidados com a voz, entonação, vestimenta, saber usar recursos audiovisuais e capacidade de organizar ideias e dados.
Reinaldo Polito, professor de expressão verbal, palestrante e escritor, explica que, durante a carreira, não há como escapar de fazer apresentações. "Quanto mais elevada for sua posição hierárquica, mais precisará usar a comunicação. Terá de participar de reuniões, apresentar projetos, discutir propostas, motivar equipes e tantas outras atividades que dependem da expressão verbal".
De acordo com os especialistas, qualquer pessoa pode superar as dificuldades e aprender a falar com segurança. Polito explica que o o medo de falar em público ocorre por quatro motivos essenciais, possíveis de controlar: "Falta de conhecimento sobre o assunto, de ordenação didática do pensamento, não ter prática e experiência no uso da palavra em público e falta de autoconhecimento", lista ele.
Para Fernando Pereira de Jesus, diretor do Instituto Fale Bem, fazer uma boa apresentação é uma questão de experiência. "As pessoas não sabem se comunicar porque fugiram das oportunidades ao longo de suas vidas. Quando tinha que apresentar um trabalho na escola, na faculdade e no ambiente profissional, preferiram que um colega apresentasse o projeto", diz ele. "Quanto mais a pessoa falar, mais destreza adquire".
Dez dicas para lidar com o nervosismo nas apresentações em público
1. Deu branco: use recursos para se apoiar, como a apresentação no Power Point ou um roteiro impresso com palavras-chave. "Se uma apresentação é feita apenas verbalmente, depois de três dias os ouvintes se lembrarão de apenas de 10% do que foi transmitido. Se for feita com auxílio de recursos visuais, depois de alguns dias, os ouvintes se lembrarão de 65% da mensagem. Só devemos tomar cuidado para não abusar dos recursos visuais ou ficar lendo o tempo todo", explica o professor Reinaldo Polito.
2. Memorização: Redija o texto para cada tela do Power Point, ensaie, depois deixe o texto de lado e treine sem olhar para a tela. Quando surgir o slide, o orador deve saber o que falar. "Familiarize-se com cada lâmina para evitar os brancos", diz Fernando, do Instituto Fale Bem.
3. Treine em voz alta: "Para aproveitar bem a voz, é preciso pronunciar bem as palavras", diz Polito. Leitura diária em voz alta de textos de jornais, revistas ou livros pode ajudar a melhorar a pronúncia e a respirar melhor, segundo ele. "Ao ler em voz alta, repita as palavras que achar mais difíceis ou que se repetem no texto. Ao pronunciar os verbos, enfatize bem as letras R ao final das palavras".
Um bom orador é aquele que tem presença de palco e abordagem natural do tema. Para fugir do artificialismo na hora da fala, comece contando algum fato ou história trivial. Esse artifício ajuda na hora de iniciar a fala sobre o tema de maneira segura e fluída.
Encare os participantes apenas se sentir segurança para tal. Olhar nos olhos dos ouvintes e depois desviar olhando para baixo transparece insegurança, fazendo com que a credibilidade do que está sendo dito seja questionada. Caso não se sinta apto a fazer isso,imagine que existe uma fileira após a última linha de ouvintes e fale olhando para lá.
Ainda assim, a prática e autocontrole são primordiais na hora da ação. Júlia Graziato pôs à prova o que aprendeu com sua terapia: em uma apresentação de 40 minutos, a gerente de projetos falou por 20 e, de repente, passou pelo famoso ‘branco’. “Para me acalmar, fiz uma pausa, bebi um copo de água e respirei fundo. A linha de raciocínio voltou e pude continuar. Não é que o meu medo sumiu, mas tive que aprender a me preparar apesar dele”, finaliza.A energia que você passa para a plateia é fundamental, assim como a que recebe de volta.Desvie dos olhares negativos e procure encontrar nos ouvintes aqueles que parecem mais felizes e concordam com o que está sendo dito. “Falar em público é uma atividade que depende não só de quem fala, mas também de quem ouve. Existe uma simbiose entre ambos”, finaliza o palestrante Mário.
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