INTELIGÊNCIA EMOCIONAL


QI → Sucesso: O Fosso

No século XX, o foco incidia sobre o QI, não no QE. O conceito de QI foi concebido no final do século XIX e foi inicialmente utilizado como um indicador de sucesso escolar. À medida que o conceito de QI se tornava mais popular, começou a ser cada vez mais utilizado, não só como indicador de sucesso académico, mas também como indicador de sucesso no trabalho.
Embora seja verdade que as pessoas com um QI alto são mais propensas a ser "bem sucedidas" no trabalho do que as pessoas com um QI baixo, existe um grande fosso na correlação entre QI e sucesso. Muitas pessoas com um QI baixo são bem sucedidas, enquanto muitas pessoas com um QI alto não obtêm sucesso. Se olhar para o sucesso no trabalho e na vida privada, é ainda mais óbvio que o QI por si só, não determina o sucesso.
Na vida quotidiana pode ver exemplos de pessoas com QI alto que não são capazes de alcançar o sucesso no seu trabalho, apesar das suas capacidades académicas superiores.
  • Um gestor de uma empresa de produção, muito inteligente, é incapaz de controlar a sua raiva perante os erros feitos pela sua equipa. Grita às pessoas, a equipa teme-o e tanto ele como a sua equipa não são productivos.
  • Um adolescente, muito inteligente, não é capaz de se motivar para estudar. Apesar de ter capacidades superiores de aprendizagem, ele senta-se e passa o dia inteiro a jogar jogos em frente ao pc. Eventualmente, não terá sucesso académico e abandona os estudos.
  • Um programador informático, muito inteligente, precisa de trabalhar com outros num projecto de larga escala. Apesar das suas capacidades, ele é incapaz de comunicar eficazmente com outros membros da equipa. O seu trabalho é inferior apesar do QI superior e das suas capacidades como programador.
  • Uma investigadora, muito inteligente, é promovido para um cargo de gestão numa unidade de pesquisa. Apesar das suas capacidades de pesquisa serem excelentes, ela é tímida e tem medo de falar à frente do grupo. Com a sua falta de confiança, ela é incapaz de liderar o grupo e o resultado global da unidade de pesquisa é decepcionante.
Em todos estes casos, você viu indivíduos de QI superior que não sucedem devido a problemas relacionados com as suas emoções: falta de controlo emocional, de motivação, falta de competências comunicacionais e de liderança.
Existem muitas capacidades que não têm relação com o QI mas que são críticas na determinação do nosso sucesso. Todas estas capacidades estão associadas às emoções. Esta constatação conduziu ao conceito de QE.
 

História do QE

O conceito de QE foi desenvolvido nos anos 90. Antes destes anos o único foco estava no QI. O conceito de QI foi desenvolvido por volta de 1900 e Alfred Binet, um dos fundadores do conceito de QI, inicia a administração de testes de QI a crianças de escola. Em 1918, o exército americano começa a testar o QI de todos os recrutas. Ao longo das seguintes décadas, o QI tornou-se cada vez mais popular, ao ponto de agora ser uma palavra do quotidiano.
De 1900 a 1990, o único foco residia no QI e não no QE. Por volta de 1990, as pessoas começaram a perceber que o QI não podia ser o único indicador de sucesso, já que exisitiam outros aspectos importantes a influenciar o sucesso na vida privada e na vida profissional, não abarcados pelo QI. Todavia, não existia um conceito unficado para os outros componentes que influenciavam na obtençao sucesso.
A primeira tentativa para incluir os factores emocionais no QI foi o "Sucess Intelligence" (Inteligência do Sucesso), um conceito desenvolvido por Howard Gardner. Segundo Gardner, o QI pode prever o sucesso apenas se se incluírem componentes adicionais à tradicional inteligência "verbal", "matemática" e "visual". O "Sucess Intelligence" (Inteligência do Sucesso) tem sete componentes, de acordo com Gardner:
  1. Verbo-Linguístico
  2. Lógico-Matemático
  3. Visual-Espacial
  4. Musical
  5. Corporal-Cinestésica
  6. Interpessoal
  7. Intrapessoal
Os primeiros três componentes (verbal-linguístico, lógico-matemático, espácio-visual) estão incluídos no conceito tradicional de QI. Os componentes musicais e corporal-cinestésicos reflectem um nível geral de capacidade em importantes actividades desportivas e musicais. Os dois últimos componentes, inteligência interpessoal e intrapessoal, relacionam-se com as emoções e são os antecessores da actual definição de QE.
Por volta de 1990, Salovey e Mayer cunham o termo "Emotional Intelligence" (Inteligência Emocional). Ambos formulam a Inteligência Emocional QI ou QIE, como sendo independente do QI. O QE só se popularizou a partir de 1995, quando o livro de Daniel Goleman "Emotional Intelligence" foi publicado. Esse livro despertou o interesse do público no conceito de QE o que acabou por levar a uma avalanche de artigos e livros. No final de 1990 a inteligência emocional tornou-se uma das mais badaladas frases da psicologia contemporânea. Ao dia de hoje, o QE é reconhecido como a medida de um importante conjunto de competências e o reconhecimento da sua importância na determinação do sucesso é evidente.
 

Visão Completa da Psicologia Humana

QI + Personalidade

Há mais de 100 anos, que psicólogos têm vindo a medir o QI. Há ainda mais tempo, os psicólogos têm medido a personalidade humana. QI e personalidade foram pensados para descrever a psicologia humana completa. Os testes de personalidade mediam os traços inerentes de personalidade e os testes de QI mediam as capacidades intelectuais. Isto foi pensado para ser uma medida completa da psicologia humana.
No entanto, antes da introdução do conceito de QE existia um "fosso" pois existiam alguns tipos de competências que não pertenciam nem ao QI nem à personalidade. Além disso, também era notado que QI não se correlacionava bem com sucesso. É há muito tempo sabido existirem outros factores,que não o QI, que poderiam explicar o sucesso. Muitos destes tinham que ver com emoções. No entanto, estes factores, eram muitas vezes vistos como parte da personalidade.
Por exemplo, uma pessoa com pouca inteligência pode ser bem sucedida porque é uma "pessoa sociável" ou porque está muito motivada. Por outro lado, uma pessoa de inteligência elevada pode não suceder por timidez ou falta de iniciativa.
No entanto, as características acima não são traços de personalidade mas antes competências de personalidade. Uma pessoa pode ter como traço de personalidade a introversão mas mesmo assim ter habilidade para ser uma "pessoa sociável". Enquanto QI e QE descrevem um nível de habilidade, a personalidade não. Esta descreve os traços estáveis da personalidade de uma pessoa. Estas características não dizem respeito a aptidões. Nem o QI nem a personalidade são capazes de abarcar o conjunto de habilidades que compõe o QE.

QI + Personalidade + QE

Completamos a nossa visão acerca da psicologia humana ao adicionar o conceito de QE aos conceitos de personalidade e inteligência. Agora os psicólogos sabem que qualquer pessoa tem uma personalidade, um certo nível de QI e um certo nível de QE.
A personalidade descreve como uma pessoa inerentemente "é". Por exemplo, se é introvertida ou extrovertida, ou se é "orientada para o pensamento" ou "orientada para o sentimento". Se você quiser ficar a conhecer a sua personalidade faça os Teste de Personalidade Swiss 16 PT grátis.
O QI mede o seu nível de competência intelectual. Mede a sua capacidade de pensar logicamente, absorver informação, transferir conhecimento e resolver problemas. É um indicador muito bom para o sucesso na escola, mas não é bom em prever o sucesso no trabalho ou na vida privada.
O QE mede o seu nível de competência emocional. Ele mede a sua capacidade de compreender as suas emoções, controlar as suas reações emocionais para se auto-motivar, para compreender as situações sociais e comunicar bem com os outros. É um bom indicador de sucesso na vida privada mas não é bom, por si só, na previsão do sucesso na escola ou no trabalho. No entanto, a combinação de QI e QE é um excelente indicador de sucesso no trabalho, escola e vida privada.
Os três círculos no diagrama acima sobrepõem-se. Isso é para mostrar que apesar do QE, QI e personalidade serem independentes existem algumas correlações. As pessoas que têm personalidade "orientada para o pensamento" tendem a um QI mais elevado e a um QE inferior às que têm personalidade "orientada para o sentimento". Não é para afirmar que todas são assim, mas antes que existem correlações entre ambas. Além disso, as pessoas introvertidas tendem a ter um QI mais elevado e um QE inferior às extrovertidas.
As pessoas com um QI baixo tendem a ter um QE baixo. À medida que o QI aumenta o QE geralmente aumenta também. No entanto, quando o QI se torna muito elevado, o QE geralmente diminui. Isto não quer dizer que não existem pessoas com QI baixo que tenham QE alto ou que não existem pessoas com QI de génio e QE alto, mas pesquisas feitas em todo o mundo indicam estas tendências.
 

Competências Emocionais

O seu QE não pode ser definido por uma única competência. Na realidade, o Teste de QE consiste em cinco componentes:
  1. Auto-Conhecimento
  2. Auto-Gestão
  3. Auto-Motivação
  4. Consciência Social
  5. Gestão de Relações
 

O que é a Inteligência Emocional?

A Inteligência Emocional (IE), habitualmente medida através do Quociente de Inteligência Emocional (QE), descreve a capacidade de percepcionar e gerir as próprias emoções, dos outros e de grupos.

Definindo Inteligência Emocional

Existem muitos argumentos sobre a definição da IE. Até hoje, existem três modelos principais da IE:
  • Modelos da IE baseados na capacidade
  • Modelos Mistos da IE
  • Modelos característicos da IE

O Modelo baseado na capacidade

A concepção da IE de Salovey e Mayer luta por definir a IE dentro dos limites dos critérios standard para uma nova inteligência. Na sequência da sua investigação contínua, a sua definição inicial da IE foi corrigida para: "A capacidade de percepcionar emoções, integrar emoções para facilitar o pensamento, compreender emoções e regular emoções para promover o crescimento pessoal".
O modelo baseado na capacidade vê as emoções como fontes úteis de informação que nos ajudam a entender e controlar o meio social envolvente. O modelo explica que os indivíduos variam na capacidade de processar informação de natureza emocional e na capacidade de processar o aspecto emocional e relacioná-lo numa cognição mais ampla. Esta capacidade é vista a manifestar-se em certos comportamentos adaptativos.
O modelo propõe que a IE inclua 4 tipos de capacidades:
  • Percepcionar Emoções: a capacidade de detectar e decifrar emoções em rostos, fotografias, vozes e artefatos culturais - incluindo a capacidade de identificar as próprias emoções. Percepcionar emoções representa o aspecto básico da inteligência emocional, da mesma maneira que torna possível todo o processamento da informação emocional.
  • Usar Emoções: a capacidade de aproveitar emoções para facilitar várias atividades cognitivas, tais como pensar e resolver problemas. A pessoa emocionalmente inteligente pode capitalizar em qualquer tarefa ao aproveitar os seus humores, a fim de se adequar melhor à tarefa em mãos.
  • Compreender Emoções: a habilidade de compreender a linguagem da emoção e de apreciar complicados relacionamentos entre diferentes emoções. Por exemplo, compreender emoções engloba a capacidade de ser sensível às mais pequenas variações entre emoções e a capacidade de reconhecer e descrever como as emoções evoluem no tempo.
  • Gerir Emoções: a capacidade de regular emoções tanto em nós próprios como nos outros. Assim sendo, uma pessoa emocionalmente inteligente pode aproveitar emoções, mesmo as negativas e geri-las de forma a atingir os objetivos propostos.

Modelos Mistos da IE

Modelo de Competências Emocionais

O modelo da IE introduzido por Daniel Goleman foca-se na IE como um extenso leque de competências e capacidades que impulsionam o desempenho gerencial, medido pelo multi-avaliador de avaliação e de auto-avaliação. Em "Working with Emotional Intelligence" (1998), Goleman explorou o papel da IE no trabalho e a designou como o mais forte predicado para o sucesso no local de trabalho, com a mais recente confirmação destes resultados numa amostra mundial vista em Bradberry e Greaves, "The Emotional Intelligence Quick Book" (2005).
O modelo de Goleman delineia 4 principais concepções da IE:
  • Auto-Conhecimento: A capacidade de ler emoções pessoais e reconhecer o seu impacto ao utilizar sensações para influenciar decisões.
  • Auto-Gestão: Envolve controlar as emoções e impulsos pessoais, bem como a adaptação a situações de mudança.
  • Consciência Social: A capacidade de sentir, entender e reagir às emoções dos outros enquanto compreendendo as redes sociais.
  • Gestão de Relações: a capacidade de inspirar, influenciar e desenvolver os outros enquanto gerindo conflitos.
Goleman inclui um conjunto de competências emocionais dentro de cada concepção da IE. Competências emocionais não são talentos inatos mas antes capacidades apreendidas e que têm de ser trabalhadas ou desenvolvidas de forma a atingir níveis extraordinários de desempenho. Goleman postula que os indivíduos nascem com uma inteligência emocional geral que determina o seu potencial na aprendizagem de competências emocionais.

Modelo Bar-On da Inteligência Social-Emocional

O psicólogo Reuven Bar-On (2006) desenvolveu uma das primeiras medidas da IE que usava o termo "Quociente de Emoção". Ele define inteligência emocional como a preocupação com a compreensão eficaz de nós próprios e dos outros, o relacionar-se bem com as pessoas e o adaptar-se e lidar com o que nos rodeia de forma a lidar com as exigências do meio envolvente. Bar-On considera que a IE se desenvolve ao longo do tempo e que pode ser melhorada através de treino, programação e terapia.
Bar-On supõe que aqueles indivíduos com um QE superior à média são geralmente mais bem sucedidos em dar resposta às pressões e exigências do meio envolvente. Ele também afirma que a deficiência na IE pode significar falta de sucesso e existência de problemas emocionais. Problemas em lidar com o meio envolvente são considerados comuns por Bar-On, especialmente entre aqueles indivíduos a quem faltam subescalas em testes de realidade, na resolução de problemas, na tolerância ao stress e no controle de impulsos. No geral, Bar-On considera que a inteligência emocional e cognitiva contribuem igualmente para a inteligência total de uma pessoa que poderá então dar uma indicação do potencial pessoal para suceder na vida.

Modelo Trait da IE

Petrides propôs uma distinção conceptual entre o modelo baseado na capacidade e um modelo baseado nas características da IE. Característica da IE refere-se "à constelação de disposições comportamentais e auto-percepções que dizem respeito à capacidade de cada um reconhecer, processar e utilizar informação carregada de emoção". Esta definição de IE abarca disposições comportamentais e capacidades auto-percepcionadas e é medida através da auto-avaliação em oposição ao modelo baseado na capacidade que aponta para capacidades existentes, medidas através de medidas de desempenho. Característica da IE, deveria ser investigada numa perspectiva estrutural de personalidade.
O modelo característico da IE é generalizado e agrupa os modelos de Goleman e de Bar-On discutidos acima. Petrides é o maior crítico do modelo baseado na capacidade e do MSCEIT argumentando que são baseados em "psicométricas sem sentido" marcando procedimentos.
A conceptualização da IE enquanto uma característica da personalidade leva a um pressuposto que jaz fora da taxonomia ou teoria da capacidade cognitiva humana. Esta é uma distinção importante na medida em que age diretamente na operacionalidade do pressuposto, das teorias e das hipóteses formuladas acerca da IE.
 FONTE: https://www.iqelite.com/pt-br/eq-emotional-intelligence-test/
 

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